Cerrado é destaque em temporada gastronômica

Sempre defendi os frutos do Cerrado, mesmo quando nem conhecia o movimento Slow Food. Para mim, eles são pedras brutas esperando para serem lapidadas. É verdade que alguns chefs de cozinha da cidade já vêm usando as iguarias autóctones de nossa região, mas o potencial gastronômico e econômico desses produtos é enorme e deve ser explorado, não somente para garantir a preservação dessas espécias, como a sobrevivência de milhares de pequenos produtores que os cultivam.

Dito isso, quero parabenizar os organizadores da segunda edição do Cerrado Week, festival gastronômico que vai reunir mais de 50 estabelecimentos do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso. Nesta sexta-feira em que se comemora o Dia do Carrado, eles começam a servir os pratos especialmente criados para a ocasião. A temporada vai até o dia 20 de setembro.

Para participar do evento, padarias, cafés, bares e restaurantes elaboraram receitas com produtos do cerrado, comprados de produtores que seguem a premissa do movimento Slow Food, criado na década de 1980 pelo jornalista italiano Carlo Petrini. De acordo com essa filosofia, o alimento deve ser bom (saudável e saboroso), limpo (produzido a partir de processos sustentáveis) e justo (que ofereça remuneração justa a todos os envolvidos na cadeia produtiva). Como forma de aproximar o consumidor dos pequenos produtores, cada estabelecimento indicará o fornecedor principal do ingrediente usado no prato da casa.

A pizza Cabra do Sol (ricota de cabra, carpaccio de carne de sol, rúcula e umbu) será a atração na Pizzaria Baco. No Limoncello, o menu será enriquecido pela truta na crosta de baru com purê de abóbora, gengibre e mel. Já nas casas Dom Francisco (402 Sul e Asbac) o prato oferecido é a coxa de frango ao molho de jatobá e cajuí, servido com musseline de cará do cerrado. E no Cantucci, o nhoque ganha um toque de pequi, molho de frango caipira e palmito na manteiga.

Em todas as casas, os pratos principais custarão R$ 39, e os petiscos, R$ 29. Já os lanches, sobremesas e drinques saem a R$ 19. Doces, pães, cafés e outros itens valem R$ 9. A taxa de serviço será cobrada a parte.

O festival integra a programação oficial da Virada do Cerrado, evento inspirado na Virada Cultural de São Paulo, que reunir atividades de mobilização e educação voltadas à sustentabilidade e ao bioma, durante três dias.

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