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Adriano Miolo lança linha Single Vineyard em Brasília

Adriano Miolo lança linha Single Vineyard em Brasília

O enólogo Adriano Miolo esteve em Brasília nesta quarta-feira, dia 5/9, para o lançamento da linha Single Vineyard, que reúne produtos elaborados com uvas de um único vinhedo. A intenção do conceito, ainda pouco popularizado no Brasil, é valorizar a expressão do terroir onde as castas foram cultivadas. A própria Miolo já faz isso com o Lote 43, cujo vinhedo de Merlot circunda o Spa do Vinho, localizado em frente à vinícola, na Serra Gaúcha. E mergulhou numa pesquisa intensa em outros locais para compor essa nova linha.

Fotos: Faro Comunicação

O jantar foi oferecido no restaurante Dom Francisco, na Asbac. Para a ocasião, o chef Francisco Ansiliero serviu clássicos de sua cozinha, como a salada de bacalhau e feijão manteiguinha, a picanha, a farofa de ovos e a torta de castanha, harmonizados com os novos rótulos.

“O fato de termos praticamente 1 mil hectares de vinhedos com 275 parcelas mapeadas nos permitiu que realizássemos incontáveis testes em diversos tipos de solos nestes microlotes, num universo de mais de 40 variedades em quatro regiões diferentes do Brasil”, destaca Adriano, que também é superintendente do grupo.

Os vinhos

Os rótulos elaborados com Riesling Johannisberg, Touriga Nacional, Pinot Noir e Syrah, de vinhedos no Rio Grande do Sul e na Bahia visam o mercado de restaurantes, empórios, wine bars e outros estabelecimentos de alimentação fora do lar. Os lotes são limitados e numerados.

Único branco entre os quatro rótulos, o Riesling Johannisberg foi elaborado com uvas da Toca do Tigre, vinhedo de 38 anos localizado na região da Campanha Central (RS), cuja safra 2018 se destacou como a melhor da década pela vinícola. Estrela na Alemanha e norte da França, a casta é elegante e complexa. Nesse rótulo, percebi aromas de maçã verde e flores brancas, uma acidez bem equilibrada, refrescante, e um corpo médio. Ele acompanhou a salada de bacalhau com feijão manteiguinha de Santarém, cuja untuosidade se contrapôs à sua acidez com perfeição.

O Pinot Noir fez par com o ragu de pato, acompanhado por polenta. As uvas, típicas da região da Borgonha, também são colhidas na Campanha Meridional (RS), de um microlote do Vinhedo da Ponte, depois passam por 7 dias de maceração em temperatura controlada para que se extraia o máximo de aromas frutados. Após a fermentação, fica 12 meses em barridas de 2º e 3º usos. Gostei muito desse vinho, que tem aromas de frutas secas, acidez e taninos delicados e corpo persistente.

Em seguida, provamos o Syrah da parte baiana do Vale do São Francisco, mais precisamente do Vinhedo do Mandacaru. A casta, versátil e bem adaptada ao solo árido e ao clima quente às margens do Rio São Francisco, oferece um vinho cheio de complexidade e expressão dessa uva que tem sido a minha favorita. Os taninos, a acidez, os aromas de ameixa, pimenta preta e especiarias envolveram o acém de black angus com o tradicional arroz de brócolis da casa. Ficou ótimo.

O meu favorito da noite, no entanto, foi o Touriga Nacional, que acompanhou a picanha com farofa de ovos. Quem me conhece sabe da minha paixão pelas uvas lusitanas. E a Miolo tem feito um trabalho bem bacana com elas há mais de 10 anos, na ragião da Campanha Gaúcha. Sou fã, por exemplo, do Quinta do Seival Castas Portuguesas, que reúne algumas delas. Esse vinho varietal, com uvas de uma pequena parcela do Vinhedo da Tapera, na Campanha Meridional (RS), já foi lançado com 93 pontos e o título de melhor tinto pelo Guia Descorchados, que avalia rótulos sulamericanos.

A vinícola aproveitou o encontro para lançar ainda dois rótulos fora da linha vineyard. O primeiro deles foi o Testardi, também produzido com Syrah, mas de várias parcelas doVale do São Francisco. É um vinho cheio de personalidade,os taninos ainda estão nervosos, mesmo na companhia do cordeiro e das batatas salteadas. Mas é um exemplar bem elaborado, que deve ficar magnífico daqui uns 4 anos.

Para finalizar, provamos o Miolo Late Harvest 2012,com a torta de castanhas inimitável de Dona Carmélia. As garrafas que vieram à cidade ainda nem tinham rótulos, mas o vinho de sobremesa deve chegar logo às prateleiras.

Os rótulos da Miolo já podem ser encontrados na loja A Garrafeira, na Estação dos Vinhos, no Francisco ASBAC, na Adega Al Capone (Águas Claras), no Lakes Restaurante, no La Gioconda e na Trattoria da Rosário (a partir da próxima semana). Os rótulos variam entre R$ 80 e R$ 100.

Veja quem foi:

Jorge Paim, Adriano Miolo, Santiago Tamer
Eliane Ulhoa, Su Maestri, Adriano Miolo, Luiz Cláudio
Etiene Carvalho
Euzinha, concentrada na explicação
Com o todo poderoso da Miolo

Grupo Miolo

O Grupo Miolo possui projetos em 4 regiões do Brasil com vinhedos próprios: em Bento Gonçalves (RS), no Vale dos Vinhedos – Vinícola Miolo (100 hectares); em Candiota (RS), Campanha Meridional – Vinícola Seival (200 hectares); em Santana do Livramento (RS), Campanha Central – Vinícola Almadén (450 hectares); e em Casa Nova (BA), Vale do São Francisco – Vinícola Terranova (200 hectares).

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