Venho defendendo há anos que os espaços públicos, especialmente nos pontos turísticos de Brasília, sejam ocupados para oferecer à população e aos turistas uma experiência diferenciada. Nessa quarta, 26 de junho, a Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, reabre suas portas para, finalmente, acolher quem visita a região.
A partir de uma parceria entre o Senac e a Secretaria de Turismo, o espaço projetado por Oscar Niemeyer passa a ter não somente um cardápio que valoriza os biomas brasileiros, especialmente o Cerrado, concebido pelo chef Gil Guimarães (Baco, Casa Baco), como também a função de escola. São os alunos do Senac os responsáveis pela produção dos alimentos, assim como do serviço que será prestado. O café-escola vai funcionar de quarta a domingo, das 10h às 19h.
Essa será a primeira vez que o espaço funcionará conforme o propósito original. “A ideia de Oscar Niemeyer era fazer um local para encontros e descanso indispensável na Praça dos Três Poderes. Agora, o Senac retoma essa concepção e abre o espaço para turistas e toda população brasiliense com a instalação de uma empresa pedagógica de gastronomia”, explica o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.
O menu da Casa de Chá
Cerrado, Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal estão representados na ementa, que conta com pratos rápidos. O cardápio é assinado pelo chef brasiliense Gil Guimarães. “É uma honra participar deste projeto. Estamos reverenciando o Brasil com o cerrado sendo o grande anfitrião. Serviremos comida que lembra casa de vó, de mãe, com a brasilidade bem marcante”, destaca Gil Guimarães.
Claro que não poderiam faltar o pão de queijo e a tapioca, dois ícones das casas brasileiras. O primeiro pode vir sozinho (R$ 7) ou recheado, com carne de panela ou requeijão e creme de pequi (R$ 10). Já o item indispensável no café da manhã nordestino figura de forma simples, com manteiga (R$ 12), com carne de sol desfiada e requeijão do sertão (R$ 24) e até mesmo em versão vegana, com “queijo” de castanha de caju (R$ 22).
Também foram criados sanduíches como o Panini (R$ 35), com pão italiano, presunto cru, stracciatella, tomate assado, rúcula e pesto cerratense, criado por Gil Guimarães com especiarias da nossa região. Já o de pupunha leva ainda queijo de castanha de caju, tomate e taioba (R$ 30).
Personagens importantes
Personagens fundamentais para a concepção de Brasília, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa emprestam seus nomes às tartines. A primeira tem stracciatella e presunto cru, finalizada com raspas de limão siciliano e geleia de umbu. Na segunda, a cobertura leva creme de castanha de caju, wasabi e matcha, berinjela, shimeji, brotos marinados, praliné de gergelim e ora-pro-nóbis. Ambas saem a R$ 26.
Mais do que usar ingredientes muito brasileiros, como tucupi, cúrcuma, caju, rapadura, baru, pimenta de macaco, cumaru, ora-pro-nóbis, entre outros, o cardápio abre espaço para empresas brasilienses no rol das bebidas. As cervejas são assinadas pela Cruls (Berliner Weiss Café, Blond e Solarius 0 R$ 30) e Hope Capital (BSB Red Ale, West Coast IPA e República Pilsen – R$ 39).
Já os vinhos oferecidos são da recém-inaugurada Vinícola Brasília, que reúne 10 produtore do Quadradinho. Os escolhidos foram o rosé Pilotis com uvas Syrah e Tempranillo, o branco Cobogó Sauvignon Blanc, e os tintos Croqui Syrah/Malbec e Monumental Syrah (R$ 169 e R$ 359).
Na parte sem álcool do menu é possível encontrar dois drinques interessantes, ambos a R$ 18. O Nova Capital leva manga, hortelã, tintura de cúrcuma, xarope de especiarias, sumo de limão, ginger ale. Por sua vez, o Caju Piloto tem a fruta em compota e em forma de suco concentrado, lascas de rapadura e gotas de limão.
Brasília também no décor
A Casa de Chá tem arquitetura ímpar. O prédio é semienterrado e com janelas ao longo de toda a sua extensão. A construção proporciona uma visão livre do horizonte, criando uma sensação de leveza e flutuação. É reconhecida como patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em parceria com a Associação dos Designers de Produto do Distrito Federal (Adepro-DF), o espaço foi decorado com móveis assinados por profissionais de Brasília. As peças carregam conceito modernista como se tivessem sido projetadas para o local. Outros móveis originais da época foram cedidos pela Aquiles Gallery. As cerâmicas também são de artistas brasilienses, garantido originalidade e reforçando o conceito autoral da Casa de Chá.
Confira:
Casa de Chá
Praça dos Três Poderes – Brasília
Funciona de quarta a domingo, 10h às 19h
Contato: (61) 3771-9800
Instagram: @casadechasenacdf
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