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Já foi a um speakeasy? Em Buenos Aires tem

Já foi a um speakeasy? Em Buenos Aires tem

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A capital portenha é uma festa. Difícil é conseguir visitar todos os lugares bacanas numa viagem só. Aproveitei um curso de harmonização de vinhos e comida no Instituto Argentino de Gastronomia para visitar dois bares escondidos.

Instalar negócios pouco sinalizados e até com senha para entrar tem sido tendência forte na cidade. Eles seguem o estilo dos speakeasies, surgidos nas décadas de 1920 e 1930, nos Estados Unidos por conta da Lei Seca que vigorou nesse país. Li sobre esses locais no blog Buenos Aires para Chicas, da Amanda Mormito, uma brasileira que vive em Buenos Aires e costuma indicar lugares prá lá de bacanas.

Estive no 878 (ocho7ocho), em Palermo e, se não tivesse o endereço e se não soubesse o estilo do bar, teria voltado para o hotel achando que não tinha ido ao lugar certo. Uma grande porta tem apenas uma plaquinha que corresponde ao número da rua Thames, justamente o 878.  Tinha um senhor em frente à casa, então perguntei a ele se realmente era o bar.

Então, ele abriu a porta para mim e pude conferir a belezinha que é o empreendimento. O ambiente tem luz baixinha, um balcão bem encerado em madeira maciça e bartenders vestidos com camisas, coletes e calças sociais. A trilha sonora é composta por clássicos do jazz e o público, por casais acima dos 25 anos.

O menu reúne vários drinques, entre 60 e 100 pesos. Como estou numa fase de experimentar criações com whisky americano, fui nas sugestões que levavam essa bebida. O primeiro foi o Old Fashioned, com acidez acertada e um leve amargor no final. Leva Jim Beam, Angostura, laranja e açúcar. Em seguida, provei o Sazerac, com Jim Beam, Pernord, Pechauds, laranja e açúcar, no qual se sobressaiu o sabor de anis. Para finalizar, optei pelo Mint Julep, preparado com o mesmo destilado, mais hortelã, limão e açúcar, e servido numa daquelas canecas de alumínio.

Para comer, pedi as croquetas de centola e camarão com um molho de curry. Ao contrário dos drinques, que eu adorei, esse prato me pareceu gorduroso e o molho meio sem graça apesar do tempero principal. Creio que ficou devendo um pouco de sal.

 

 

Na noite seguinte, fui ao Frank´s, eleito o melhor bar da América Latina em 2012. É realmente sensacional. Primeiro que, para entrar, é necessária uma senha (eles dão a dica na página do Facebook). Ao bater na porta, um segurança gigante sai e te pergunta a tal senha. Depois que você diz a dita cuja, ele te encaminha a uma cabine telefônica e te dá outra chave, dessa vez, numérica. Depois de digitar, a porta abre e aí você se depara com uma ambiente bem decorado, com direito a capitonês, cortinas de veludo, várias mesas e, claro, uma balcão em madeira maciça envernizado.

O bartender mais famoso da casa, considerado o melhor da Argentina, não estava na casa no dia. Mas os outros dois que estavam em serviço não deixaram a desejar. Novamente, sentei na barra (balcão), com o pessoal do curso. E novamente os meus pedidos foram por drinques com whisky. O primeiro também foi o Old Fashioned, só que nesse bar, ele leva whisky, bitter, açúcar e soda.  Depois foi a vez do Horse´s neck, com whisky, angostura, ginger ale e zest de limõ siciliano. O terceiro foi criado na hora por um dos bartenders e levava laranja. Para finalizar, ainda teve um nem doce, com vinho do Porto e frutas vermelhas, além do whisky americano.

O lugar bomba lá pela meia-noite. Por isso, é bom chegar cedo para apreciar os drinques com calma e conseguir sentar no balcão. Depois das 12 badaladas, a música sobe e há quem arrisque uns passos entre o bar e as mesas.

Falei deles no programa da CBN. Escute aqui!

Serviço:

878 – Calle Thames 878 – Palermo
http://www.878bar.com.ar

Frank´s Bar – Calle Arévalo, 1445 – Palermo
https://www.facebook.com/FranksBar.ar

Fotos: Luciana Barbo

 

 

 

 

 

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