Fotos: Luciana Barbo
Num tempo em que os restaurantes primam cada vez mais pela sofisticação, alguns vão na mão contrária e, ao invés de investirem numa fachada e salão impecáveis (que muitas vezes servem pra disfarçar comidas medíocres e justificar o alto preço), apostam todas as suas fichas na simplicidade e na tradição.
É o caso do Mocotó, que nasceu venda, virou restaurante e ganhou fama em jornais e revistas depois que Rodrigo Oliveira, filho de Seu Zé Almeida, assumiu a cozinha em 2004. Estive lá no final de janeiro, pela quinta vez. Para mim, não há como ir a São Paulo e não dedicar pelo menos um almoço ao estabelecimento.
A comida, a bebida, o preço e o atendimento compensam a trabalheira para chegar. Sim, a casa fica longe, na Vila Medeiros, Zona Norte da capital paulista. Você pode ir de carro, com a ajuda do GPS. Dessa vez, fui de metrô até a estação Tucuruvi, parada final da Linha Azul. Daí peguei um táxi e cheguei rapidinho. Eu gastei uns R$ 14 com cada corrida e, como estávamos em três pessoas, compensou.
Chegando lá, já dê uma espiadinha no empório, que vende cerveja da casa, molhos de pimenta, farinhas, rapaduras e cachaças e afins.
Cerveja da casa e a cachaça com mel, que é uma delícia
Molhos de pimenta para todos os gostos
Molho de pimenta com toque de alho assado e caramelo
O vidro que separa a cozinha do salão já dá algumas dicas do cardápio. A casa é nordestina e serve os clássicos da cozinha pernambucana sem frescura.
Um pouco do que tem pra comer e beber
A decoração da mesa é toda útil
Para começar os trabalhos, peça logo uma caipirinha, com cachaça mesmo, mas daquelas envelhecidas. Eu amo a de jabuticaba e de seriguela. A cerveja da casa, desenvolvida pela Bamberg também é uma boa pedida.
Seriguela, gelo e cachaça envelhecida
Siga adiante com os dadinhos de queijo coalho. A porção com 12 unidades sai a R$ 19,90. Posso falar? Tem muita gente aí imitando a receita do Mocotó (e mal) e cobrando os olhos da cara. Nunca comi um à altura do original, por isso, vale a pena experimentar. Depois, passe pelo carpaccio de carne de sol com azeite de coentro (R$ 36,90) e pela favada (R$ 23,90, a porção média), sem medo de ser feliz.
Os dadinhos originais: mais gostosos e mais baratos que as cópias malfeitas
E o que dizer do carpaccio de carne de sol com azeite de coentro?
Favada: pense numa coisa suculenta…
Decidimos pela Peixadinha do São Francisco (R$44) como principal e não nos decepcionamos. Caldo consistente, peixe tenro e suculento e uma farofa crocante e saborosa de castanha e coco ralado.
Peixadinha do São Francisco, simples e deliciosa
Das outras vezes em que fui ao restaurante, provei outros principais, como o atolado de bode, o joelho de porco e a carne de sol na chapa com pimenta biquinho. Recomendo todos! Mas, por favor, deixe um espaço para a sobremesa.
As minha favoritas são o bolo de chocolate com cupuaçu, castanha do pará e sorvete de natas e o pudim de tapioca. Nossa, estou desejando isso enquanto escrevo esse texto.
Bolo, castanha, cupuaçu e sorvete de natas
Olha o tanto de prêmios do restaurante: tem Veja, tem Gula, tem 50
Melhores da América Latina
E olha a minha cara de satisfação e alegria depois do almoço!
Confira:
Restaurante Mocotó
Rua Nossa Senhora do Loreto, 1100.
Vila Medeiros – São Paulo
Telefone: (11) 2951-3056
www.mocoto.com.br
[…] Os dois últimos são os mais baratos e sensacionais. Super recomendo a visita, pelo talento dos chefs e pela comida maravilhosa. Para ler mais sobre eles, clique aqui e aqui. […]