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Retrospectiva: o que marcou a gastronomia do DF

Retrospectiva: o que marcou a gastronomia do DF

O ano de 2016 está no finalzinho e eu faço aqui uma retrospectiva sobre o que rolou na gastronomia, especialmente na de Brasília, nos últimos meses. Espero que 2017 seja tão ou mais produtivo e que a gente possa curtir tudo isso com muita saúde e harmonia!

Tá chovendo hambúrguer
A junção de pão, carne, molho, alface e tomate ganhou robustez e toque gourmet em 2016. O movimento, iniciado em anos anteriores, proporcionou aos amantes de hambúrgueres experiências memoráveis e discussões acaloradas sobre quem faz melhor.

parrilla capaTem como resistir a essas delícias (Foto: Luciana Barbo)

Em janeiro, o Parrilla Madrid, conhecido por oferecer carnes nobres na 408 Sul, surpreendeu o mercado e se rendeu aos burgers, transformando-se em casa especializada nesse tipo de prato. Como diferencial, se propôs a elaborar o próprio brioche e a fazer um blend de carnes que ganhou o público conhecedor. Eu fui lá conferir e fiz esse vídeo aqui, que deu o que falar no Facebook.

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Ambiente descoladinho do Hum Burger (Foto: divulgação)

Com poucas, mas muito boas receitas no menu, refil à vontade de refrigerantes, água soborizada e pink lemonade; e ambiente moderninho, o Hum Burger veio para fazer concorrência aos já existentes, com lojas no Setor Gráfico do Sudoeste e em Águas Claras, ainda tem milkshakes para lá de saborosos, como o de marshmellow maçaricado e o de Baileys (que eu gostei muito, aliás).

Como se não fosse o bastante, ainda tivemos o  El Negro abrindo um food truck com sanduíches sensacionais, elaborados pelo chef gaúcho Marcelo Piucco e servidos no pão de sal. Só de lembrar daquele com Jack Daniel´s minha boca enche de água.

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(Foto: Guilhermo Jorge White)

E também tivemos a inauguração do Páprica, num contêiner instalado num posto de gasolina, na altura da 204 Norte. O ambiente me lembrou um pouco o Burger Joint, assim como o método de serviço em que o cliente pede no caixa e espera ter seu nome chamado no auto-falante.  os-hamburgueres-do-paprica-credito-guilhermo-jorge-white

(Foto: Guilhermo Jorge White)

Tem três hambúrgeres para carnívoros inveterados (eu amei o de gorgonzola) e uma versão com cogumelos Paris para quem abriu mão da carne na dieta.

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(Foto: Guilhermo Jorge White)

Ah, não se esqueça de pedir o milkshake de cheesecake e o mix de tubérculos, que são diferentões e muito saborosos. Ponto para o chef Lucas Arteaga, que percorreu os EUA atrás de inspiração para a casa e que promete mais unidades em 2017.

Ah, os gelatos

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(Foto: Luciana Barbo)

Se dúvida nenhuma os brasilienses puderam se deliciar com ótimos sorvetes em 2016. o ano começou a com consolidação da Lo Voglio, marca do quadradinho que começou com quiosques no aeroporto e que chegou à comercial da 104 Sul com sua fábrica de tentações e ponto de vendas. Quem ainda não provou, indico o de banana com avelã, de chocolate sem adição de açúcar, e de pistache.

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(Foto: Luciana Barbo)

Fora a marca brasiliense, ainda tivemos a vinda de grifes já consolidadas no mercado de São Paulo. A Ben & Jerry´s, que nasceu nos EUA e tem loja na badalada Oscar Freire, chegou às lojas da rede Pão de Açúcar e a algumas padarias mais chiques.

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(Foto: Luciana Barbo)

A Bacio di Latte, que já havia conquistado praças como Rio de Janeiro, aportou no Parkshopping e no Conjunto Nacional com lojas fofas e gelatos bem saborosos. Eu amo o de Gianduia, o de três chocolates e o de pistache do Bronte. Agora, a minha favorita ainda continua sendo a Saborela (112 Norte e CasaPark), que há anos faz gelatos prá lá de cremosos e sensacionais.

Brasília é mais que política, sim!
Para calar a boca do povo que acredita que a vocação de Brasília é a corrupção, a cidade mostrou que é muito mais do que isso. Aqui tem gente que faz e que pensa. E, principalmente, que rala muito para conseguir se destacar.

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Pizza da Baco, eleita a melhor do país (Foto: Felipe Menezes)

Por isso, deu alegria em ver a Baco ser eleita e melhor pizzaria do Brasil pela revista Prazeres da Mesa. Muito orgulho, viu, Gil Guimarães? Para quem não sabe, essa é a única marca na cidade, e uma das seis no país, a produzir a Vera Pizza Napoletana. Os segredos dessa delícia eu contei nesse vídeo aqui, que é de 2015,mas tá valendo!

Cachaca_AuthoralCachaça candanga entre as 50 melhores (Foto: Divulgação) 

E quem diria que uma aguardente premium produzida em Brasília iria se colocar entre as 50 melhores do país no ranking elaborado pela Cúpula da Cachaça? Esse foi o feito da Authoral, que, eu garanto, não dá ressaca. Já o restaurante que leva o mesmo nome e abriu esse ano, eu ainda preciso ir conhecer.

Dá-me uma cerveja… artesanal
Não é novidade que a cerveja faz parte do cotidiano do brasileiro. E depois da invasão estrangeira, o pessoal tá mesmo afim é de produzir a sua própria receita, até mesmo dentro de casa. O boom das microcervejarias não tem volta e Brasília já conta com várias marcas locais.

corinaA Pêiu Êiu é a queridinha da vaca cervejeira (Foto: Reprodução Facebook)

Dentre elas, a que teve mais destaque no ano foi a Corina, com as suas Pêiu Êiu e Conic.  Nesse ano, a vaca cervejeira ganhou um QG no Setor de Oficinas Norte, que abriga a fabricação e eventos nos quais o brasiliense pode ter contato com outros rótulos. Só em 2016, foram mais de 150 deles. “Se não guenta, bebe milho!”

E as microcervejarias foram incluídas no Simples, regime tributário que beneficia micro e pequenas empresas. Assim, vai ficar mais fácil produzir e se formalizar, afinal serão menos impostos a pagar. Vinícolas e alambiques também serão beneficiados.

Pequenos podem ser grandes
Aquela máxima da “união faz a força” também ganhou as ruas nos últimos 12 meses. Isso prova que, com boa vontade e oportunidade, novos produtores podem sair do ostracismo e ganhar um mercado cada vez mais ávido por bons ingredientes.

Já em dezembro foi lançado o Coletivo Rural, iniciativa da jornalista Sara Campos para reunir pequenos agricultores e produtores e colocá-los em evidência em pontos de venda como a Mercearia Colaborativa (412 Norte) e a Banca da Conceição (308 Sul). Os kits especiais são compostos por produtos sem agrotóxicos.

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Coletivo Rural vende kits com produtos da agricultura familiar (Foto: Ivan Mattos)

Falando nela, a Mercearia Colaborativa foi uma das grandes ideias colocadas em prática em 2016. O local funciona como uma vitrine para micro e pequenas empresas que não têm ainda condições de arcar com todos os custos de uma operação, mas que podem se unir para dividí-los e alcançar o público consumidor. Gostei e espero que mais iniciativas assim aconteçam em 2017.

mercearia-colaborativaPor dentro da Mercearia Colaborativa (Foto: Divulgação)

Para o alto e além

ambiente_emporio-arabe-asa-sul_foto-de-rafael-lobo-zoltar-design-1Empório Árabe chegou à Asa Sul

O céu é o limite para os empreendedores da cidade. mesmo em ano de crise, vários deles viram na expansão a chance de se destacar da maioria. Pontos para Renata Carvalho e Gio Maia, que abriram o Bar dos Fundos atrás do Ancho Bistrô de Fogo; para Lídia Nasser, que trouxe para o Plano Piloto o seu Empório Árabe e a pizzaria Dolce Far Niente, que já eram sucesso em Águas Claras; para o Felipe Oliveira, da Panetteria D´Oliva, que começou no Guará, mas achou que os vizinhos também mereciam degustar seus pães de fermentação natural em “Clear Waters”.

petrarcaMarcelo Petrarca consolidou o Bloco C e partiu para operação 24 horas
(Foto: Reprodução Facebook)

Bato palmas ainda para o Eduardo Sedelmaier, que passou a vender seus patês, coalhada e alguns pratos franceses em seu Realejo, na Quituart, e para o Marcelo Petrarca, não só pela consolidação do seu Bloco C, mas também pela abertura de mais um empreendimento, o Inverso, que ainda hei de conhecer, nem que seja na madrugada, tendo em vista que a casa funciona em sistema 24 horas, no hotel Blue Tree Premium Jade, localizado no Park Sul.

Saída Norte, por favor
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(Foto: Reprodução Facebook)

E não é que a Asa Norte desabrochou de vez. Foram tantos empreendimentos abertos esse ano que eu estou pensando seriamente em me mudar para lá e ficar mais perto do agito. Aliás, tenho uma lista de lugares para conhecer, porque é tanta novidade que eu não consegui acompanhar. Dentre eles estão o IVV Swine Bar, London Street Pub e La Rubia.

Foto: Luciana Barbo

As voltas que o mundo dá

Manoelzinho (na foto ao lado) saiu do Antiquarius, ficou um tempo no Dalí Camões, comandado pela esposa, e finalmente abriu no finalzinho de 2015 o Tejo, que se consolidou durante o ano como uma casa portuguesa com certeza e menu que vai bem além do bacalhau.

Eu adorei o polvo e o arroz de pato. Veja aqui o vídeo que fiz bem no começo do ano sobre a casa.

E o Piantella, hein, que fechou as portas e reabriu com novos sócios, mas mesmos funcionários e cardápio, para a alegria dos tradicionais e saudosos frequentadores? Esse retorno mostra que a tradição não morre, mesmo com os modismos que o mundo, e a gastronomia na era das mídias sociais,  impõe.

Agora é só esperar 2017, com perseverança e o paladar aberto ao tradicional e às novas descobertas.

Confira o podcast do CBN Sabores sobre o assunto.

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