Desde a abertura, no início de 2018, o B Hotel vem apresentando diversas mudanças, especialmente na área de alimentos e bebidas. Quando inaugurado, o empreendimento tinha como chef Ramiro Bertassim, que meses depois deixou o bastão com seu pupilo Rodrigo Sato e com a chef pâtissier Sonia Takata. Não passou um ano e houve nova mudança, dessa vez com a chegada do chef francês Jean Yves Poirey. Da cozinha contemporânea e inventiva dos cozinheiros anteriores, o menu passou a ser composto por clássicos franceses. Até que, há quatro meses, o hotel desenhado por Isay Weinfeld voltou à primeira proposta com a chegada do chef Lênin Palhano.
Quem é ele
O cozinheiro é nascido em Jataizinho, no Norte do Paraná, tem currículo abastecido por estágios em importantes restaurantes, como Mocotó, de Rodrigo Oliveira, o extinto Épice, de Alberto Landgraf, Lasai, de Rafa Costa e Silva e Central, de Virgílio Martinez, considerado o melhor do mundo. Também passou por grupos curitibanos e pela hotelaria de seu estado.
Por aqui, a missão do chef foi recriar os menus do restaurante Térreo, do Bar 16, dos eventos e do room service, assim como preparar a equipe para executá-lo. Um de cada vez, de forma bem low profile. Tudo azeitado, chegou a hora de mostrar o resultado.
Na noite dessa quinta-feira, Palhano apresenta suas criações à imprensa. Eu, que adoro saber de tudo em primeira mão, já tive o primeiro encontro com o chef e provei algumas das receitas. “Trouxe 10 pessoas comigo para fazer essa transição e foi super legal. Tomamos um caminho baseado em produto, qualidade, pesquisa de ingredientes locais, técnicas e brasilidade influenciada pelo fluxo migratório”, conta o chef, que tem parentes em Brasília e já esteve de férias Quadradinho.
O que já provei
Durante a conversa com o chef, já fiquei bem impressionada com o que provei. O tartar de beterraba (R$ 70), por exemplo, é uma entrada vegetariana para compartilhar, que celebra a combinação desse vegetal com queijo de cabra. Esse prato traz ainda elementos ácidos como iogurte e picles de mostarda; o frescor do endro e um toque salgadinho das finíssimas lâminas de pecorino. Para acompanhar, um brioche de pistache que chega quentinho à mesa.
Dentre as opções de entrada, fiquei curiosa pela caçarola de frutos do mar com cevadinha e molho de capim limão (R$ 70) e também pela canjiquinha com costelinha de porco, creme de milho e ovo perfeito (R$ 45).
Como principal, o chef escolheu me mostrar o peixe do dia (R$ 160), no caso um cherne, assado com maestria no forno Josper, o que garantiu uma crostinha levemente crocante e um interior bastante suculento. O pescado vem guarnecido por molho de açafrão da terra, vinagrete de licuri e batata assada também no forno de carvão. Muito interessante e saboroso. Para quem está curioso, os principais ofertados passam ainda por quatro massas, polvo, um corte suíno, pato e duas opções de carne bovina. Se não falei antes falo agora: o menu é enxuto e será modificado esporadicamente.
Lá de cima
Provei ainda um dos pratos que compõem o cardápio do bar da cobertura. E que felicidade encontrar tanto conforto numa cumbuquinha. O tortelloni de queijo da Serra do Bálsamo ficou incrível com um creme de cogumelos e ervilhas , a farofa de pão bem amanteigada e crocante e a espuma de grana padano (R$ 75). Essa parte do menu traz ainda um nhoque à bolonhesa Umami e um arroz de bacalhau com ovo perfeito e mandioquinha. Ainda para o rooftop, o chef criou um arroz caldoso de costela com creme de abóbora e agrião e um entrecôte com caldo de cebola e maionese de inhame.
No Térreo e no Bar 16, as sobremesas se repetem. Experimentei a rabanada. E que rabanada, viu? A melhor de todos os tempos. Leva um brioche muito fofinho e macio, creme de confeiteiro aromatizado com cumaru e sorvete de tapioca da Saborella. Tem ainda opções de doces com base de chocolate, milho e morango. Conto quando provar.
Café e almoço
Uma das grandes atrações do B Hotel continua sendo o café da manhã muito caprichado. Talvez seja o melhor que eu já provei em terras brasileiras e está disponível para não hóspedes. Afora as opções disponíveis no buffet (a R$ 121 por pessoa), ainda há um menu a la carte também repaginado para a nova fase, no qual constam, por exemplo os ovos beneditinos e toasts.
Outro aspecto a ressaltar é que os pratos citados nessa matéria estão disponíveis à noite. Contudo, no almoço, o restaurante conta com balcão com saladas, antepastos, queijos e charcutaria e opções de pratos que mudam quinzenalmente. O cliente pode optar somente pelo buffet (R$ 110) ou por este com acréscimo de prato principal e sobremesa (R$ 149).
Para beber
A experiência culinária do B Hotel é complementada pela carta de vinhos e a de drinques. Adorei o aromático e refrescante Pomar. Com base de vodka de pera, leva ainda licor de flor de sabugueiro, uva verde, pepino e limão Tahiti. Já o Clarificado é delicadíssimo, com gin infusionado com caju, mais mel, limão, abacaxi e leite. Ambos saem a R$ 47.
Mais potente, o Tropicália é composto por Bourbon, brandy, licor de banana, angostura e absinto (R$ 43). De clássicos, a carta traz Fitzgerald (R$ 43), Whisky Sour (R$ 49) e Vesper Martini (R$ 51), entre outros.
A ementa de vinhos conta com rótulos de diversos países e portfolio de várias importadoras.
Confira:
B Hotel Brasília
Endereço: SHN Quadra 5, Bloco J – Asa Norte, Brasília
Telefone: (61) 3962-2000
RESTAURANTE TÉRREO
Café da manhã, de segunda a sexta, das 6h às 10h; sábados, domingos e feriados, das 6h30 às 10h30. Almoço, das 12h às 15h e jantar, das 19h às 23h.
BAR 16
Aberto todos os dias a partir das 17h para o público externo.
Instagram: @bhotelbrasilia
Site: https://bhotelbrasilia.com.br/
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